Ateei a acendalha e desdobrei a manta felpuda no chão de madeira. Em frente à lareira preparei uma mesa de petiscos, com morangos e nozes descascadas. Tomavas banho enquanto preparava um café com Baileys. Esta bebida sabe-me a Natal. Quero que a proves e que te faça sentir o mesmo…
Bienvenidos a Miami! Este foi escrito em South Beach em Miami, sentada num muro bege de pedra que separa a areia do alcatrão. Estou sozinha e não ouço a minha voz há mais de 1 hora. De caneta e bloco de notas em punho, mas completamente vidrada numa partida de…
Escrever sobre a saudade é como me submeter a uma cirurgia cardíaca. É evasivo. O meu coração está dentro de um globo de neve, na estante mais alta do meu quarto. Habitualmente, o sol ilumina esta esfera de vidro, mas nos dias em que a abano a neve cai e…
A Aurora e eu celebrávamos dez anos de amizade, havia então motivo ou desculpa para sair (fui eu a idiota, porque ela não se lembrou). Abri-lhe a porta do meu ninho de loucura. Ela estava abatida e stressada: – Preciso da tua energia hoje, pode ser? – Isso e uma…
Eu e Portugal estamos a dar um tempo. Apesar de continuar a amá-lo, a achá-lo o mais sexy de todos e a defendê-lo com unhas e dentes, ele já não me faz feliz. Portugal ficou-me com a casa, o carro, as joias e com todos os meus também. Não lhe…
– Vão chamá-la Carolina. Abracei aquela barriga desde que soube que lá moravas. Não me convocaram para escolher o teu nome, mas se tivessem tinha sugerido Mulan, Ariel ou outro nome de princesa da Disney. Tinha apenas sete anos. Quando nasceste, peguei-te a medo, nunca havia segurado nada tão precioso…
– Oh meninas! Venham pôr-a-mesa! Gritavam os meus avós e pais, em passados mais distantes que outros. Éramos seis, na hora de pôr-a-mesa. Depois sete. Novamente seis. E depois cinco, porque eu parti. Lembro-me de revirar os olhos quando me chamavam, interrompiam sempre algo extremamente inútil, mas vital naquela idade.…
Adivinhava-se um dia de praia tranquilo no Caribe. O mar estava chão, aparentemente inofensivo, apesar da bandeira vermelha que ao longe se avistava. A Van e eu descansávamos à sombra de uma palmeira, escondidas do sol que teimava em nos queimar a pele: – Ayuda! Ayuda! – Surgiu uma voz…
“Mi vida! Mi amor!” Aterrámos em Havana. Pelas janelas descidas e com as cabeças ao vento, deslumbrámos na viagem de táxi. O Hostel que nos acolheu era colorido e arejado, mas foram as piña coladas e os mojitos a 2.5 CUC (2€) que nos cativaram. Bebemos quatro. Abrimos caminho até…
Bem-vindo à cidade que nunca dorme e a que aparenta ser tudo aquilo que não é. A noiva que segue no táxi amarelo, pode não ir para a igreja mas para uma sessão fotográfica. O Mickey, em Times Square, não é um rato americano, mas um minion da América do Sul, que diz “photo?” e pouco mais em inglês. A miúda…