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Michelle Rita

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Ele corria, de calções justos e azuis, com o emblema do GDG ao peito. Marcava golos, e tão alto a plateia ecoou o nome dele que por toda a Gafanha ficou conhecido. Ele, o Rita. De militar, a emigrante. De quebra-corações, a pai de família, a homem de responsabilidades e…

– Escreve com calma, não apresses o livro. – Mas tenho que o terminar no fim de Abril! – Porquê? Porque te estás a pressionar? – Não sei… – Depressa e bem há pouco quem! Faz lá isso com tempo. – Está certo… Assim que o terminar envio-te uma cópia…

Saraiva lá fora. Troveja mais do que saraiva. Tomava banho quando ficámos sem eletricidade. Corri a porta de vidro baço do chuveiro, caminhei até às portadas de madeira e corri o ferrolho. Nua e descalça voltei para baixo da água quente do chuveiro e ali fiquei. A reparar na paisagem,…

Sete meses. Centenas de dias até a coragem o empurrar e o sentar no banco metálico, coberto de heras verdes. Ele espera por ele. E nele há todo um discurso de amor. Pausa. Rewind. Num dia ele acordou a sufocar em palavras proibidas. Em sentimentos proibidos. Em vontades que desconhecia…

O menino que andava de mãos nos bolsos para arreliar os pais, o irmão calado, o marido sereno, o pai solidário e o avô disponível. É o culpado de elevar o meu conceito de Homem. De reconhecer um Homem, quando vejo um. Não se lhe contam histórias de vícios mundanos,…

Saí da aula frustrada e agitada, nem a dança me abstraiu hoje. Ir sozinha para casa não me entusiasmava. Abri o Yelp e caminhei para um bar nova-iorquino. Bati a Corona na mesa redonda. Guardei o telemóvel no bolso interior do casaco de ganga, despi-o e pendurei-o nas costas da…

O som do telefone ecoou, a horas impróprias, pelo corredor dos quartos. Os pratos lavados escorriam na banca, tínhamos acabado de jantar. Telefonemas depois do jantar, durante a semana, eram impróprios. Mas ela esperava-o, talvez fosse ele do outro lado da linha. A mãe atendeu e chamou-a. Ela pausou os LEGOS,…