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Michelle Rita

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Percorria o corredor, imensamente branco e espaçoso, do aeroporto de Milano Malpensa, com a mala vermelha, e de cabine, na mão esquerda e o telemóvel na direita. Procurava o balcão da TAP e partilhava aquela caminhada, arrastada, com outros poucos humanos. Ia eu na minha serenidade quando avisto um homem,…

Aglomero tudo o que me pertence e empilho num dos quartos. Ainda tenho tempo. Reparo que os ponteiros do relógio correm, mas adio o fazer da mala. Ainda tenho tempo. Encaixo os últimos beijos e abraços, desvalorizando em palavras a nostalgia da despedida. Mas quando nos apertamos forte, e em…

Posso eu deixar esta folha em branco, e ser este o meu luto. Posso eu escrever uma bíblia de palavras sofridas, descrever momentos dolorosos e ser este o meu luto. Posso eu só vestir preto, só amarelo, ou todas as cores ao mesmo tempo, e ser este o meu luto.…

Impaciente e atempadamente, recalcava o chão do aeroporto. Esperava, ansiosa, que elas me pintassem a íris e por isso mudei de posto dezenas de vezes. Para que não houvesse chance de elas pensarem que lá não estava. Sozinhas romperam pelo corredor das chegadas, com as malas em punho a rolarem…

Dez da manhã, acelero o passo nos corredores das chegadas do aeroporto. Chove muito lá fora. Ao longe avisto-os. Eles sempre me recebem com um sorriso e abraço apertado, como se os graus familiares que nos separam fossem menos distantes. Apresentam-me as farmácias, bancos e casas de praia famosas que…