Palma de Maiorca surgiu na panóplia de lugares bonitos e festivaleiros, eleitos competentes para receber uma despedida de solteira. Facilmente reduzida a um trio espanhol, fomos a votos e voilà: Palma de Maiorca.
Sete mulheres, sete bagagens de mão (a rebentar pelas costuras) e muita vontade de fazer a festa por terras de nuestros hermanos.A viagem começou com brindes de champanhe, sofreu alguma turbulência no balcão de atendimento de uma, péssima, companhia espanhola aérea, mas não faltou alegria quando, saídas do aeroporto, o calor nos secou o nariz e uma brisa de verão balançava as folhas das palmeiras. O objetivo comum era que a noiva se divertisse, sem qualquer preocupação que não fosse itinerários fofinhos e bandas sonoras. Por isso revezámo-nos, cada uma das sete mosqueteiras tinha a sua função: e cabeleireira, a cozinheira, a condutora, a dj, a fotógrafa, a massagista e a bartender. Alugámos um carro, ou um autocarro, através da companhia ROIG rent a car. A pesquisa foi feita posteriormente e decidimos avançar com esta empresa por não exigir caução ou cartão de crédito. Chegadas ao local, entregámos a nossa identificação, assegurámos o carro, acertámos contas e fizemo-nos à estrada numa mini van vermelha.
Cansadas de toda a azáfama dos aeroportos e horas de escala, decidimos fazer o check-in no Airbnb, abastecer o frigorífico, a garrafeira e ficar por ali. No entanto, quando tudo parecia previsível e expectante, fomos arrebatadas com a casa que alugámos. Se há bons exemplos de fotografias que não fazem jus ao que é fotografado, este Airbnb é um desses exemplos.
A casa situada, numa rua estreita, em Santa María del Camí, está rodeada de restaurantes, gelatarias, um supermercado e uma capela. Atravessando a porta de entrada, também estreita, há uma mansão a descobrir. Dispersámos por todos os recantos, escolhemos os nossos quartos pousámos malas e boquiabertas ficámos quando descobrimos o pátio exterior, colorido em tons pastel. Uma grande mesa improvisada, com paletes de madeira, velas redondas nos parapeitos das janelas, as portadas castanhas, as tochas, a cama de rede, as luzes suspensas, o mini quintal e o convite a ficar por ali, todas as horas dos nossos dias. Só me faltava um copo de bom vinho tinto na mão para parecer o paraíso. O que rapidamente resolvi. Cozinhámos, bebemos, contámos histórias, dançámos, jogámos ao “eu nunca”, trocámos juras de tatuagens e finalmente dormimos.
A alvorada chegou cedo e eu acordei todas as donzelas. Rumámos a Caló des Moro, uma baía de difícil acesso que nos roubava o fôlego cada vez que dobrámos uma colina. A praia rochosa fica no fundo de uma ravina. A água é azul-turquesa, límpida e paradisíaca. Desejámos ter nos pés sapatilhas, no entanto de havaianas também lá chegámos. O espaço desocupado era quase inexistente, mas aconchegámo-nos e aproveitamos o primeiro dia de sol. Muitos mergulhos e fotografias depois juntámos as tralhas e seguimos para Santanyí. Onde almoçámos à beira-mar e alugámos, regateando, gaivotas aquáticas. Passámos a tarde a mergulhar e a nadar, e quando o tempo de aluguer terminou, seguimos viagem para Santa Cala Llombards, para aproveitar um pôr-do-sol em grupo. Em grupo “team bride”, porque a esta altura do dia já andávamos, em rebanho, com fatos-de-banho e chapéus iguais. Alusivos ao motivo porque ali estávamos todas. Assim que o sol desapareceu, também nós seguimos para casa. Jantámos no restaurante em frente à nossa porta de entrada e seguimos para Magaluf. Erro crasso. Magaluf é uma outra versão de Lloret de Mar. E não foi por acaso que não fui para Lloret na viagem de finalistas. Uma bebida e depois de muitos minutos gastos ali, recolhemos e voltámos a casa. Talvez tivesse sido mais inteligente ter visitado o centro de Palma ou o Passeig Marítim para uma saída à noite, mas convenhamos… Numa despedida de solteira nem todas as escolhas são inteligentes.
Amanheceu, acordei as miúdas, estimulámos o corpo com um batido “Shape your body”, escrevemos “Serra de Tramuntana”, batemos portas e carregámos no acelerador.
A praia é escondida, rodeada de montanhas e verdes extasiantes. Boiávamos em grupo quando começou a chover. Sem pressas para fugir por ali ficámos, no meio do mar com mais pingos de água a cair do céu. Banhadas numa euforia tropical, algumas de nós teve coragem para despertar o nó do bikini e deixar as mamas ao léu. Não foi só no nosso grupo que isto aconteceu, havia mais mamas ao ar livre em todas as praias que visitámos em Maiorca do que cafés com Wi-Fi que funcionasse. Com o passar da chuva também nós seguimos caminho. Demos com o ‘Port de Sóller’, um cantinho iluminado pelo sol que desce pelas encostas. Rodeado de barcos, casas encavalitadas nas margens, comércio tradicional e com caminhos desenhados no chão para o elétrico que passeia.
Na última manhã em Maiorca, fizemos malas, limpámos a casa catita que nos acolheu e visitámos o centro histórico.
Devolvemos o carro, com o depósito cheio, e dissemos adiós à última terra que a nossa noiva viu de solteira.
Maiorca é o azul cristalino das águas e o pastel das paredes históricas. Maiorca tem dias e noites quentes, tapas e bodegas, palmeiras e catos. Desafiante, não?
Vais a Palma de Maiorca em breve?
Precisas de um sítio para ficar? Esta é a minha sugestão:
Airbnb: https://abnb.me/dPHoXBf2eZ
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