– Vão chamá-la Carolina. Abracei aquela barriga desde que soube que lá moravas. Não me convocaram para escolher o teu nome, mas se tivessem tinha sugerido Mulan, Ariel ou outro nome de princesa da Disney. Tinha apenas sete anos. Quando nasceste, peguei-te a medo, nunca havia segurado nada tão precioso…
– Oh meninas! Venham pôr-a-mesa! Gritavam os meus avós e pais, em passados mais distantes que outros. Éramos seis, na hora de pôr-a-mesa. Depois sete. Novamente seis. E depois cinco, porque eu parti. Lembro-me de revirar os olhos quando me chamavam, interrompiam sempre algo extremamente inútil, mas vital naquela idade.…
Adivinhava-se um dia de praia tranquilo no Caribe. O mar estava chão, aparentemente inofensivo, apesar da bandeira vermelha que ao longe se avistava. A Van e eu descansávamos à sombra de uma palmeira, escondidas do sol que teimava em nos queimar a pele: – Ayuda! Ayuda! – Surgiu uma voz…
“Mi vida! Mi amor!” Aterrámos em Havana. Pelas janelas descidas e com as cabeças ao vento, deslumbrámos na viagem de táxi. O Hostel que nos acolheu era colorido e arejado, mas foram as piña coladas e os mojitos a 2.5 CUC (2€) que nos cativaram. Bebemos quatro. Abrimos caminho até…
Bem-vindo à cidade que nunca dorme e a que aparenta ser tudo aquilo que não é. A noiva que segue no táxi amarelo, pode não ir para a igreja mas para uma sessão fotográfica. O Mickey, em Times Square, não é um rato americano, mas um minion da América do Sul, que diz “photo?” e pouco mais em inglês. A miúda…
O dia foi feliz, pensava eu. Ela estava estranha. Estranha, como quando num grupo alegre, todos se divertem menos a tua amiga. E tu ficas sem jeito. Ela foi essa amiga, o dia todo. Pensando bem, o dia não foi feliz para ela. Fechou a porta de casa lentamente, com…
Quase sempre atrasada. Estacionava no -1, entrelaçava os dedos nas marmitas e corria pelas escadas rolantes. As portas de vidro abriam e lá estava eu no mundo encantado das cuecas! O meu trabalho era invejado por muitos, talvez por ver sempre, no mínimo, 4 pares de mamas, rabos, sovacos e…
Cada vez mais a sentia longe e a desistir. Já não sabia o que fazer por ela. Deitada no escuro examinava o nada, embalava-se para dormir e de manhã ficava à janela do quarto. Com os braços entrelaçados e pousados no parapeito memorizava aquela paisagem, por largos minutos, para nunca…
Éramos ainda só os quatro quando, naquela noite, passeávamos pelo Fórum Aveiro em família. Aborrecidas começámos na picardia e a jogar ao “fica-te” (este é o jogo onde nunca te podes ficar. Se eu te tocar tens de me perseguir e tocar de volta, não te podes ficar). As pancadas…
A Aurora partia na madrugada daquela última noite de Agosto. Todo o Verão passámos juntas, a pedalar, rir, dançar e a colecionar ressacas. Quisemos despedir-nos com alegria e forrobodó e por isso rumámos à festa da cidade, nós e o 1.5L de TrinaVodka. No meio da praça, trauteámos as letras…