São meus aqueles que não fazem de conta que não erram, aqueles que voltam, sempre. São os que choram, gritam e riem na minha frente, os que não têm vergonha. Os meus são aqueles que valem a pena, os que fazem questão, sabes? Os que me aceitaram tal e qual como sou, sem “mais ou menos”. São os que compram o bilhete de ida e me colocam no avião, custando-lhes muito mais do que alguma vez saberei. Os meus são os que me fazem voltar. Os meus, ai os meus…

Os meus. São meus os que me conhecem, os que me encorajam a ser o meu melhor, os que me construíram estas asas. Tu, que és dos meus, és responsável pelas minhas rugas de expressão, alvo do meu humor sarcasticamente negro, testemunha da minha alegre loucura e dos meus (raros) momentos de embriaguez. Tu, que és dos meus, conheces as intenções dos meus grandes olhares, reconheces os sentimentos dos meus mil risos e sorrisos, valorizas as minhas batalhas e aceitas a minha personalidade (à gafanhoa). Se em algum momento foste espectador das minhas histórias de palco, com as vozes, mímicas e “arregalamento” de olhos é porque és dos meus. Nós já partilhámos histórias e garrafas, mas nunca constrangimentos ou silêncios. Tu que sabes que me rio dos outros, de ti, contigo mas ainda mais de mim, és dos meus. E eu sou tão mais feliz com os meus!

Os meus sabem que toda eu sou toque, palavras, beijos, abraços e pancadinhas de amor. E são só os meus que me dão abraços de suor e beijos de boca suja, e como eu não funciono com distâncias de segurança eu preciso de sentir os meus.

É por tudo isto que escrevo para os meus. Os meus não me passam a mão pela cabeça, não me julgam ou diminuem. Os meus protegem, ralham, acolhem, apertam e deixam-me voar.

Eu rio, choro, luto, danço e canto com os meus, e por isso também eu sou tua. As lágrimas contornam o meu sorriso de gratidão. Obrigada aos meus! É com toda a minha humildade e orgulho que vos agradeço. Sou uma felizarda por ter estes meus, não escolheria outros, e este meu pequeno exército vem comigo. Não fica. Os meus não ficam, estão sempre comigo. Estamos todos?

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